DEUS E O INFINITO.

 

O LIVRO DOS ESPÍRITOS- PARTE PRIMEIRA. DAS CAUSAS PRIMÁRIAS. CAPÍTULO I-DE DEUS-

DEUS E O INFINITO

Vem a ser a inteligência e a causa primária de todas as coisas, pois antes das coisas existirem Ele já existia, pois foi Ele que as criou.

Deus é o responsável pelo universo, sendo a força mais poderosa, pois Ele vem a ser o amor, o carinho e a bondade, sendo tudo em nossas vidas. Sem Ele somos um barco sem leme, pois aonde o vento soprar iremos para qualquer lado. É um paizão que não nos abandona nunca e sim nós que às vezes na abastança o esquecemos, e pelo nosso livre arbítrio Ele deixa para ver até onde vamos.

Deus tem alguns que o confundem como sendo o infinito, mais não o é, porque foi Ele que criou tudo, inclusive este que age dentro das suas leis. Para podermos definir o que esta acima da nossa linguagem, Deus é o infinito em suas perfeições, mas o infinito vem a ser uma abstração.

Infinito seria aquilo que não tem começo e fim, como o desconhecido.

A prova maior que Ele existe esta em tudo o que foi criado por Ele, e que o homem não consegue criar. Na vida não existe um efeito sem uma causa, ou vice versa. É só procurarmos a causa de tudo o que é belo, cuja criação só pode ser de um Ser Supremo. Basta que procuremos à causa de tudo, e a nossa razão nos responderá. Se o universo existe é porque existe uma causa. Negar a sua existência seria acreditar que nada pode fazer alguma coisa.

Podemos tirar do sentimento instintivo do homem sobre a existência de Deus, no que nos rodeia como o ar, o sol, a chuva, o tato, o amor, o carinho e a bondade, que nos da à certeza de que realmente Ele existe, pois tudo tem que ter a sua base. É ainda uma conseqüência do principio de que não há efeito sem uma causa.

O sentimento íntimo que temos da existência Dele não seria fruto de nossa educação, e nem do resultado de idéias adquiridas, pois se este sentimento fosse assim, não seria absorvido pelos nossos selvagens. Se o sentimento por Ele nascesse somente de um ensino, não seria universal.

Antes de acharmos nas propriedades íntimas da matéria a causa primária da formação das coisas, temos primeiro que lembrar que alguém criou a matéria. Donde ela vem, e qual seria a causa dessas propriedades. Tem que haver uma causa primária, que só pode ser Suprema. Tudo começa por lá e vem para cá.

Que devemos pensar da opinião dos que atribuem a formação primária a uma combinação fortuita da matéria, ou, por outra causa ao acaso, outro absurdo que o bom senso pode considerar o acaso um ser inteligente se este é considerado nada.

Para se ter uma base, existe harmonia no universo, que patenteia combinações e desígnios determinados, que só pode vir de um Poder Inteligente Deus.

Atribuir a forma primária ao acaso, é insensato, pois o acaso é cego e não pode produzir os efeitos que a inteligência produz.

Na causa primária se revela uma Inteligência Suprema e Superior a todas as inteligências pela obra que conhecemos o autor. Vejamos a obra e procuremos o Autor. O homem orgulhoso que não admite que acima de si exista um Poder Maior, ele não consegue absorver na sua mente coisas boas.

Qualquer que sejam os prodígios que a inteligência humana possa criar, ela própria teria uma causa, e quanto maior for o que opere, tanto maior a de ser a causa primária. A Inteligência Superior é a que seria a causa primária de todas as coisas, seja qual for o nome que lhe derem.

Não podemos compreender a natureza íntima de Deus, pois somente quando estivermos em patamar mais elevado, onde teremos que nos despojar de muitas coisas ruins, como das coisas materiais, dos fluidos grosseiros e dos nossos defeitos, por certo atingiremos os níveis mais elevados da perfeição. Quando animamos um corpo físico aqui, estamos em níveis inferiores, que nos dificulta compreendermos a natureza íntima de Deus. O homem às vezes O Confunde com a criatura, cujas imperfeições lhe atribuem. Quando evoluirmos o nosso pensamento, poderemos sim penetrar no âmago das coisas, e aí poderemos fazer uma idéia mais justa de Divindade.

Embora ainda não possamos compreender a natureza íntima de Deus, podemos sim formar idéias de algumas de suas perfeições à medida que o homem se elevar acima da matéria.

Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom, não temos a idéia completa de seus atributos. Por mais que vivamos não haveremos de ver tudo, a não ser quando atingirmos o cume da perfeição. Existem coisas que estão acima da nossa Inteligência. O Pai Celestial esta acima de tudo, Ele esta isento de qualquer vicissitude, e de qualquer imperfeição que a imaginação possa conceber.

Tem gente que acredita que Ele é um ser distinto, ou alguns acreditam ser o resultante de todas as forças e de todas as inteligências do Universo reunidas. Se fosse assim, Ele não existiria, pois seria o efeito e não a causa. O Pai do Céu não pode ser ao mesmo tempo uma e outra coisa. Foi Ele que criou tudo, e estes agem dentro das Suas leis.

Não podendo se fazer de Deus, o homem quer ao menos fazer parte Dele.

 Quanto ao nosso Deus podemos dizer que Ele é infinito, não havendo vazio, ou nada em parte alguma, pois o Pai esta em toda a parte, e tudo é integrante Dele, onde Ele dá a todos os fenômenos da natureza uma razão de ser inteligente.

O que se pode opor a este raciocínio?

A razão sendo um absurdo tem Doutrina que quer fazer de Deus um ser material, que embora dotado de Suprema Inteligência seria um ponto grande, e o que somos um ponto pequeno. O Pai Celestial não teria nenhuma estabilidade, achar-se-ia sujeito a todos os reveses da Humanidade. Faltaria um dos atributos essenciais da Divindade, o não sujeito a mudanças. Não podemos aliar as propriedades materiais a Deus, sem que Ele fique rebaixado ante a nossa compreensão. Não sabemos tudo o que Deus é, mas sabemos que Ele não pode deixar de ser. Eles confundem o Criador com a criatura, exatamente como faria quem pretendesse que engenhosa máquina fosse parte integrante do mecanismo que a imaginou. Tem gente ainda que diz temer a Deus, coisa que no passado havia pessoas que realmente sacrificavam animais e gentes com medo de reações adversas. Eu já penso de maneira diferente, eu não o temo, mas procuro plantar boas sementes para poder colher bons frutos e tê-lo do meu lado.

Deus não castiga, pois criou a natureza e esta age dentro das leis Dele que são imutáveis. Tudo funciona dentro da lei das causas e efeitos. Planta-se e colhemos.

Portanto irmãos, vamos sempre ter este Paizão junto conosco que não nos abandona nunca, não devemos esquecer em nossas preces não só de pedir mais de agradecer a Ele por tudo o que nos oferece. Este mundo é bom e não nos falta nada, mais nós mesmos dificultamos as coisas. Vamos juntos fazer desse mundo um mundo melhor mais cheio de paz e amor.

 

Bibliografia: O livro dos Espíritos.

 Mensagem escrita pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.