quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

PENA DE MORTE.

 


O LIVRO DOS ESPÍRITOS. CAPÍTULO VI. DO LIVRO III.PENA DE MORTE.

A pena de morte desaparecerá da legislação humana e sua supressão assinalará um progresso da Humanidade, quando os seres humanos forem mais esclarecidos. A pena de morte será completamente abolida da Terra. Os seres não terão mais necessidade de ser julgados por outros seres. Falam os Espíritos de uma época que ainda está muito longe de nós.

Comentário de Kardec: O progresso social ainda deixa muito a desejar, mas seríamos injustos para com a sociedade moderna se não víssemos um progresso nas restrições impostas à pena de morte entre os povos mais adiantados, e à natureza dos crimes aos quais se limita a sua aplicação. Se compararmos as garantias de que ajusta se esforça para cercar hoje o acusado, a humanidade com que o trata, mesmo quando reconhecidamente culpado, com o que se praticava em tempos que não vão muito longe, não poderemos deixar de reconhecer a via progressiva pela qual a Humanidade avança.

A lei de conservação dá ao ser humano o direito de preservar a sua própria vida; não aplica ele esse direito quando elimina da sociedade um membro perigoso.

Existe outros meios de se preservar do perigo, sem matar. É necessário, aliás, abrir e não fechar ao criminoso a porta do arrependimento.

A pena de morte pode ser banida das sociedades civilizadas, onde foi uma necessidade em tempos menos adiantados.

Necessidade não é bem o termo. O ser humano sempre julga uma coisa necessária quando não encontra nada melhor. Mas, à medida que se esclarece, vai compreendendo melhor o que é justo ou injusto e repudia os excessos cometidos nos tempos de ignorância, em nome da justiça.

Pergunta-se se a restrição dos casos em que se aplica a pena de morte é um índice do progresso da civilização?

Os espíritos respondem e perguntam se não nos revoltamos lendo os relatos dos morticínios humanos que antigamente se faziam em nome da justiça e frequentemente em honra à Divindade; das torturas a que se submetia o condenado e mesmo o acusado, para lhe arrancar, a peso do sofrimento, a confissão de um crime que ele muitas vezes não havia cometido? Pois bem, se tivéssemos vivido naqueles tempos, acharias tudo natural, e talvez, como juiz, tivesses feito outro tanto. É assim que o que parece justo numa época parece bárbaro em outra. Somente as leis divinas são eternas. As leis humanas modificam-se com o progresso. E se modificarão ainda, até que sejam colocadas em harmonia com as leis divinas.

Jesus deixou dito: “Quem matar pela espada perecerá pela espada”. Essas palavras não representam a consagração da pena de talião? E a morte imposta ao assassino não é a aplicação dessa pena.

Pois é, estes equivocados quanto a estas palavras, como sobre muitas outras. A pena de talião é a justiça de Deus; é Ele quem a aplica. Todos nós sofremos a cada instante essa pena, porque somos punidos naquilo em pecamos, nesta vida ou numa outra. Aquele que fez sofrer o seu semelhante estará numa situação em que sofrerá o mesmo. É lei das causas e efeitos quem fala. E é este o sentido das palavras de Jesus. Pois não nos disse também: “Perdoai aos vossos inimigos”? E não nos ensinou a pedir a Deus que perdoe as nossas ofensas da maneira que perdoamos, ou seja, na mesma proporção em que houvermos perdoado?

Pois é, devemos compreender bem isso.

Perguntam os Espíritos, o que pensar da pena de morte imposta em nome de Deus?

Isso segundo eles equivale a tomar o lugar de Deus na prática da justiça. Os que agem assim revelam quanto estão longe de compreender a Deus e quanto têm ainda a expiar. É um crime aplicar a pena de morte em nome de Deus, e os que afazem são responsáveis por esses assassinatos.


Definição perfeita da concepção espírita da moral. Os princípios verdadeiros de moral são de natureza eterna e o costumes dos povos se modificam através da evolução, em direção daqueles princípios. A Sociologia materialista, tratando apenas dos costumes, criou o falso conceito da relatividade da moral, já em declínio, entrando, no pensamento moderno. O ser humano intui cada vez de maneira mais clara as leis divinas da moral, na proporção em que progride. Os seus costumes se depuram e a sua moral se harmoniza com essas leis superiores.

MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.

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