sábado, 12 de dezembro de 2020

DECEPÇÃO INGRATIDÃO.AFEIÇÕES DESTRUTIVAS.

 


O LIVRO DOS ESPÍRITOS. PARTE QUARTA. ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES. CAPÍTULO I. PENALIDADES E PRAZERES TERRENOS. DECEPÇÃO. INGRATIDÃO. AFEIÇÕES DESTRUÍDAS.

São para o ser humano de coração, decepções oriundas da ingratidão e da fragilidade dos laços da amizade, sendo também uma fonte de amarguras. Porém, os ingratos e os infiéis, serão muito mais infelizes do que o ser afetado. A ingratidão é filha do egoísmo e o egoísta topará mais tarde com corações insensíveis, como o seu próprio o foi.

Os seres devem se lembrar de todos os que hão feito mais bem do que eles, que valeram muito mais do que os seres e que tiveram por paga a ingratidão. O exemplo esta de que o próprio Jesus foi, quando no mundo, injuriado e menosprezado, tratado de velhaco.

Seja o bem que houverem feito, à recompensa na Terra não atenteis no que dizem os que hão recebido os vossos benefícios.

A ingratidão é uma prova para a perseverança na prática do bem; ser-vos-á levada em conta e os que vos forem ingratos serão tanto mais punidos, quanto maior lhes tenha sido a ingratidão.

As decepções da ingratidão podem servir de molde a endurecer o coração e a fechá-lo à sensibilidade. Mas porquanto o ser humano de coração se sente sempre feliz pelo bem que faz. Sabe que, se esse bem for esquecido nesta vida, será lembrado em outra e que o ingrato se envergonhará e terá remorsos da sua ingratidão.

Mas, isso não impede que se lhe ulcere o coração. Ora, daí não poderá nascer-lhe a ideia de que seria mais feliz, se fosse menos sensível, se preferir a felicidade do egoísta. Triste felicidade essa! Saiba, pois, que os amigos ingratos que os abandonam não são dignos de sua amizade e que se enganou a respeito deles. Assim sendo, não há de que lamentar o tê-los perdido. Mais tarde achará outros, que saberão compreendê-lo melhor. Lastimai os que usam para convosco de um procedimento que não tenhais merecido, pois bem triste se lhes apresentará o reverso da medalha. Não vos aflijais, porém, com isso: será o meio de vos colocardes acima deles.

A Natureza deu ao ser humano a necessidade de amar e de ser amado. Um dos maiores gozos que lhe são concedidos na Terra é o de encontrar corações que com o seu simpatizem. Dá-lhe ela, assim, as primícias da felicidade que o aguarda no mundo dos Espíritos perfeitos, onde tudo são amor e benignidade. Desse gozo está excluído o egoísta.

Bem, agora passaremos a uma ligeira análise das questões. A ingratidão é um defeito moral. Como todos os defeitos morais, ele causa constrangimento e dor a outros. Nem sempre, porém, o ingrato sabe que o está sendo por que o motivo é simples. O adiantamento moral depende e muito do intelectual. Muitos de nós não entendemos nossas emoções e quando entendemos, temos pouco controle sobre elas. A maioria das pessoas entendem-se controladas por suas emoções. Na verdade, o que deveria ocorrer é justamente o oposto. Nós é que deveríamos ser os mestres de nossas emoções. E isto é muito possível, principalmente através do conhecimento de nos mesmos. Diversos livros, cursos e palestras sobre autoajuda se encontram disponíveis. O próprio “O Evangelho Segundo o Espiritismo” está repleto de indicações de como conhecer-se melhor, de como ser melhor consigo mesmo e com os outros.

A necessidade de estima ocupa uma posição de destaque entre as necessidades humanas. Maslow, um pensador de Administração, coloca-a praticamente no topo, ou seja, a mais importante necessidade humana. Li certa vez que o espírito alimenta-se de amor e isto é ótimo, pois nós somos inesgotáveis fontes de amor. Em nossa evolução incessante, aprendemos a amar cada vez mais e melhor.

O porquê nos sentimos magoados com a ingratidão, vem a ser o motivo também simples: aguardamos um retorno, uma resposta ao bem que fizemos a esta ou aquela pessoa. É neste ponto que o espírita deve tomar cuidado especial. Se aguardamos receber algo em troca, desta ou daquela pessoa perguntamos? Que bem real estamos feito, se o certo seria o do fazer o bem sem ostentação. Ao sentirmos magoado, ostenta-se o bem feito outrora.

Devemos nada esperar do bem praticado. Não devemos aguardar gratidão, de nenhuma espécie, pois assim, jamais nos magoaremos. Fazer o bem sem a olhar a quem este é o lema.

O egoísta terá sua solidão para vivenciar, como resposta a suas ações ingratas. Os laços afetivos são duradouros e eternos, e espíritos afins se reconhecem por toda a eternidade. O mesmo ocorre com a mágoa e sentimentos menores. O grande castigo do egoísta é a solidão, ou seja, o convívio consigo mesmo. Temos de lembrar que o egoísta é, sobretudo, um espírito ainda muito primário. Suas dores, desejos e dificuldades se prendem ainda excessivamente a matéria e a si mesmo. Sua gana por conforto e benefícios pessoais o colocam numa rota muito dolorida no post-mortem. O egoísmo é, sobretudo, um defeito oriundo de dificuldades anteriores. É como se o espírito se lembrasse de necessidades pretéritas e se defendesse delas. É um medo atávico e geralmente inconsciente. Entretanto, eis aqui o erro primordial!

“ Olhai os lírios do campo”, dizia o Mestre”.

À medida que a evolução se processa neste espírito, ele esquece cada vez mais de si, pois suas necessidades vão diminuindo. Logo, sem necessidades, surgem abnegação e preocupação pelos demais, que ainda estão iludidos na matéria.

BIBLIOGRAFIA: O LIVRO DOS ESPÍRITOS.

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