sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

POVOS DEGENERADOS.

 


O LIVRO DOS ESPÍRITOS. CAPITULO VIII. LEI DO PROGRESSO.

POVOS DEGENERADOS

A História nos conta que alguns povos após ter sido abalado, se tornaram contra o progresso, e recaíram na barbárie, e isto pode ser compreendido da seguinte maneira: quando isto acontece geralmente os incita no interesse em recomeçar tudo de novo naquilo que se tornou insólito. E daí o povo consegue construir casas mais sólidas e mais cômodas; mas, até que ela esteja reconstruída, haverá desarranjos e confusões nas moradias.

 Pois bem, compreende-se então que os Espíritos encarnados neste povo degenerado não são mais os que o constituíram nos tempos de sues esplendor. Aqueles, que logo que se tornaram mais adiantados, se mudaram para habitações mais perfeitas e progrediram, enquanto outros, menos avançados, tomaram seu lugar.

Mas existem sim raças rebeldes ao progresso por sua própria natureza, mas dia elas se aniquilarão corporalmente.

Os destinos destas almas que animam essas raças por certo chegarão à perfeição um dia, passando por várias experiências. Deus não deserda ninguém.

Então o que se deduz, é que os seres humanos mais civilizados foram uns dias selvagens.

Os povos são individualidades coletivas que passam pela infância, a idade madura e a decrepitude, como os indivíduos.

Os povos que só vivem materialmente, cuja grandeza se firma na força e na extensão territorial, crescem e morrem como a força de um povo se esgota como a de um ser humano; aqueles cujas leis egoístas, atentam contra o progresso das luzes e da caridade morrem porque a luz aniquila as trevas e a caridade mata o egoísmo. Mas há povos que vivem com a vida da alma, e estes serão o farol de outros povos.

O progresso não reunirá um dia à humanidade em uma só nação, pois seriam impossíveis, devido aos climas diferentes, necessidades diferentes. Porém a caridade, que não tem fronteiras será à base da humanidade, e os seres viverão felizes e em paz.

Comentário de Kardec: A Humanidade progride através dos indivíduos que se melhoram pouco a pouco e se esclarecem; quando estes se tornam numerosos, tomam à dianteira e arrastam os outros. De tempos em tempos, surgem os seres humanos gênios que lhes dão um impulso, e, depois, seres investidos de autoridades, instrumentos de Deus, que em alguns anos a fazem avançar de muitos séculos.

O progresso dos povos faz ainda ressaltar a justiça da reencarnação. Os seres do bem fazem louváveis esforços para ajudar uma nação a avançar moral e intelectualmente; a nação transformada será mais feliz neste mundo e no outro, compreende-se; mas, durante a sua marcha lenta através dos séculos, milhares de indivíduos morrerão diariamente, e qual seria a sorte de todos esses que sucumbem durante o trajeto? Sua inferioridade relativa os priva da felicidade reservada aos que chegam por último?  Ou também a sua felicidade é relativa? A justiça divina não poderia consagrar semelhante injustiça. Pela pluralidade das existências, o direito à felicidade é sempre o mesmo para todos, porque ninguém é deserdado  pelo progresso. Os que viveram no tempo de barbárie, podendo voltar no tempo da civilização, no mesmo povo ou em outro, é claro que todos se beneficiam da marcha ascendente.

Mas o sistema da unidade da existência apresenta neste caso outra dificuldade. Com esse sistema, a alma é criada no momento do nascimento, de maneira que um ser humano é mais adiantado que o outro porque Deus criou para ele uma alma mais adiantada.  Por que esse favor? Que mérito tem ele, que não viveu mais do que o outro, menos, muitas vezes, para ser dotado de uma alma superior?  Mas essa não é a principal dificuldade. Uma nação passa, em mil anos, da barbárie à civilização. Se os seres humanos vivessem mil anos, poderia conceber-se que, nesse intervalo, tivessem tempo de progredir; mas diariamente morrem criaturas em todas as idades, renovando-se sem cessar, de maneira que dia a dia as vemos aparecerem  e desaparecerem.

No fim de um milênio, não há mais traços dos antigos habitantes; a nação de bárbara que era tornou-se civilizada; mas quem foi que progrediu? Os indivíduos outrora bárbaros? Esses já estão mortos há muito tempo. Os que chegaram por último?  Mas se sua alma foi criada no momento do nascimento, essas almas não existiriam no tempo da barbárie e é necessário admitir, então, que os esforços desenvolvidos para civilizar um povo têm o poder, não de melhorar as almas imperfeitas, as de fazer Deus criar outras mais perfeitas.

Comparemos esta teoria do progresso com a que nos foi dada pelos Espíritos. As almas vinda nos tempo da civilização tiveram a sua infância, como todas as outras, mas já viveram e chagam adiantadas em consequência de um progresso anterior; elas vêm atraídas por um meio que lhes é simpático e que está em relação com o seu estado atual. Dessa maneira, os cuidados dispensados à civilização de um povo ou não têm por efeito determinar a criação futura de almas mais perfeitas, mas atrair aquelas que já progrediram, sejam as que já viveram nesse mesmo povo em tempos de barbárie, sejam as que procedem de outra parte. Aí temos, ainda, a chave do progresso de toda a Humanidade.  Quando todos os povos estiverem no mesmo nível quanto ao sentimento do bem, a Terra só abrigará bons espíritos, que viverão em união fraterna.  Os maus, tendo sido repelidos e deslocados, irão procurar nos mundos inferiores o meio que lhes convém, até que se tornem dignos de voltar ao nosso meio transformado.  A teoria vulgar tem ainda esta consequência: os trabalhos de melhoramento social só aproveitam às gerações presentes e futuras; seu resultado é nulo para as gerações passadas, que cometeram o erro de chegar muito cedo e só avançaram na medida de suas forças, sob a carga de seus atos de barbárie. Segundo a doutrina dos Espíritos, os progressos ulteriores aproveitam igualmente a essas gerações, que revivem nas condições melhores e podem aperfeiçoar-se no meio da civilização.

BIBLIOGRAFIA: O LIVRO DOS ESPÍRITOS.

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