O LIVRO DOS
ESPÍRITOS. CAPITULO VIII. LEI DO PROGRESSO.
POVOS
DEGENERADOS
A História nos conta que
alguns povos após ter sido abalado, se tornaram contra o progresso, e recaíram
na barbárie, e isto pode ser compreendido da seguinte maneira: quando isto acontece
geralmente os incita no interesse em recomeçar tudo de novo naquilo que se
tornou insólito. E daí o povo consegue construir casas mais sólidas e mais cômodas; mas, até que ela
esteja reconstruída, haverá desarranjos e confusões nas moradias.
Pois bem, compreende-se então que os
Espíritos encarnados neste povo degenerado não são mais os que o constituíram
nos tempos de sues esplendor. Aqueles, que logo que se tornaram mais
adiantados, se mudaram para habitações mais perfeitas e progrediram, enquanto
outros, menos avançados, tomaram seu lugar.
Mas existem sim raças
rebeldes ao progresso por sua própria natureza, mas dia elas se aniquilarão corporalmente.
Os destinos destas almas
que animam essas raças por certo chegarão à perfeição um dia, passando por várias
experiências. Deus não deserda ninguém.
Então o que se deduz, é
que os seres humanos mais civilizados foram uns dias selvagens.
Os povos são
individualidades coletivas que passam pela infância, a idade madura e a
decrepitude, como os indivíduos.
Os povos que só vivem materialmente, cuja grandeza
se firma na força e na extensão territorial, crescem e morrem como a força de
um povo se esgota como a de um ser humano; aqueles cujas leis egoístas, atentam
contra o progresso das luzes e da caridade morrem porque a luz aniquila as
trevas e a caridade mata o egoísmo. Mas há povos que vivem com a vida da alma,
e estes serão o farol de outros povos.
O progresso não reunirá
um dia à humanidade em uma só nação, pois seriam impossíveis, devido aos climas
diferentes, necessidades diferentes. Porém a caridade, que não tem fronteiras será
à base da humanidade, e os seres viverão felizes e em paz.
Comentário de Kardec: A Humanidade progride através
dos indivíduos que se melhoram pouco a pouco e se esclarecem; quando estes se
tornam numerosos, tomam à dianteira e arrastam os outros. De tempos em tempos,
surgem os seres humanos gênios que lhes dão um impulso, e, depois, seres
investidos de autoridades, instrumentos de Deus, que em alguns anos a fazem
avançar de muitos séculos.
O progresso dos povos faz ainda ressaltar a justiça
da reencarnação. Os seres do bem fazem louváveis esforços para ajudar uma nação
a avançar moral e intelectualmente; a nação transformada será mais feliz neste
mundo e no outro, compreende-se; mas, durante a sua marcha lenta através dos
séculos, milhares de indivíduos morrerão diariamente, e qual seria a sorte de
todos esses que sucumbem durante o trajeto? Sua inferioridade relativa os priva
da felicidade reservada aos que chegam por último? Ou também a sua
felicidade é relativa? A justiça divina não poderia consagrar semelhante
injustiça. Pela pluralidade das existências, o direito à felicidade é sempre o
mesmo para todos, porque ninguém é deserdado pelo progresso. Os que
viveram no tempo de barbárie, podendo voltar no tempo da civilização, no mesmo
povo ou em outro, é claro que todos se beneficiam da marcha ascendente.
Mas o sistema da unidade da existência apresenta
neste caso outra dificuldade. Com esse sistema, a alma é criada no momento do
nascimento, de maneira que um ser humano é mais adiantado que o outro porque
Deus criou para ele uma alma mais adiantada. Por que esse favor? Que
mérito tem ele, que não viveu mais do que o outro, menos, muitas vezes, para
ser dotado de uma alma superior? Mas essa não é a principal
dificuldade. Uma nação passa, em mil anos, da barbárie à civilização. Se os
seres humanos vivessem mil anos, poderia conceber-se que, nesse intervalo,
tivessem tempo de progredir; mas diariamente morrem criaturas em todas as
idades, renovando-se sem cessar, de maneira que dia a dia as vemos
aparecerem e desaparecerem.
No fim de um milênio, não há mais traços dos
antigos habitantes; a nação de bárbara que era tornou-se civilizada; mas quem
foi que progrediu? Os indivíduos outrora bárbaros? Esses já estão mortos há
muito tempo. Os que chegaram por último? Mas se sua alma foi criada
no momento do nascimento, essas almas não existiriam no tempo da barbárie e
é necessário admitir, então, que os esforços desenvolvidos para civilizar um
povo têm o poder, não de melhorar as almas imperfeitas, as de fazer Deus criar
outras mais perfeitas.
Comparemos
esta teoria do progresso com a que nos foi dada pelos Espíritos. As almas vinda
nos tempo da civilização tiveram a sua infância, como todas as outras, mas já
viveram e chagam adiantadas em consequência de um progresso anterior; elas vêm
atraídas por um meio que lhes é simpático e que está em relação com o seu
estado atual. Dessa maneira, os cuidados dispensados à civilização de um povo
ou não têm por efeito determinar a criação futura de almas mais perfeitas, mas
atrair aquelas que já progrediram, sejam as que já viveram nesse mesmo povo em
tempos de barbárie, sejam as que procedem de outra parte. Aí temos, ainda, a
chave do progresso de toda a Humanidade. Quando todos os povos
estiverem no mesmo nível quanto ao sentimento do bem, a Terra só abrigará bons
espíritos, que viverão em união fraterna. Os maus, tendo sido
repelidos e deslocados, irão procurar nos mundos inferiores o meio que lhes
convém, até que se tornem dignos de voltar ao nosso meio
transformado. A teoria vulgar tem ainda esta consequência: os
trabalhos de melhoramento social só aproveitam às gerações presentes e futuras;
seu resultado é nulo para as gerações passadas, que cometeram o erro de chegar
muito cedo e só avançaram na medida de suas forças, sob a carga de seus atos de
barbárie. Segundo a doutrina dos Espíritos, os progressos ulteriores aproveitam
igualmente a essas gerações, que revivem nas condições melhores e podem
aperfeiçoar-se no meio da civilização.
BIBLIOGRAFIA: O
LIVRO DOS ESPÍRITOS.
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