O CASAMENTO NA VISÃO ESPÍRITA.
Antes de tudo, saibam que o homem não inventou o casamento. O que ele
fez foi transformá-lo num ritual. “Por que ritual?”, vocês devem estar se
perguntando (ninguém tá) e eu digo: é ritual porque exige
cerimônia, a sua duração é comemorada (as famosas bodas) e símbolos foram dados
a ele. Os símbolos que vieram aqui na minha cabeça são o bolo, a aliança, o
buquê e o véu, mas tem mais dependendo da cultura em que se celebra o
casamento.
Além de
símbolos, a cerimônia do casamento é cheia de bordões, tipo “já pode beijar a
noiva”, “fale agora ou cale-se para sempre”, “até que a morte vos separe” etc.;
e esses bordões têm muito significado, então vou falar um pouco sobre eles e o
que o Espiritismo tem a dizer sobre cada um.
“Eu prometo
ficar ao teu lado na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e
na pobreza”
Essa frase
resume bem o princípio do casamento. Pois o casamento não é só felicidade;
existem os momentos de raiva e tristeza, mas isso é normal. Toda relação entre
dois indivíduos (irmão com irmão, pais com filho etc.) passa por problemas,
então por que com o casamento seria diferente? Manter a união nos momentos bons
e ruins faz parte do compromisso que o Espírito deve assumir ao se casar.
Mas,
infelizmente, a maioria dos casamentos não segue esse objetivo. A gente ainda
escuta por aí algum cara falar que tá esperando a “mulher certa”, mas será que
ele é o cara certo pra alguma mulher? O mesmo vale para as moças que esperam o
“príncipe encantado”: será que ela é a moça ideal pra ele? Qualquer tipo de
relação que a gente sustenta, seja casamento, seja família, a gente espera
demais do próximo e não se preocupa se nós nos dedicamos a ele.
“A partir de
hoje sois uma só carne, um só Espírito”
Quem já foi num
casamento religioso talvez tenha escutado essa, mas ela não deve ser levada ao
pé da letra. Após o matrimônio, o Espírito conserva a sua individualidade, ele
continua sendo um ser e o seu esposo ou esposa continua sendo outro ser.
O teu parceiro
não veio te completar, porque ninguém tá incompleto. Deus te fez inteiro, e eu
sei que em alguns falta uma perna ou um braço, mas isso é o corpo físico; o
Espírito foi criado inteiro e sem nenhum pedaço faltando.
O teu esposo ou
esposa veio te acrescentar, para juntos vocês compartilharem virtudes e
trabalharem vícios e irem de mãos dadas até Deus, mas cada um com suas pernas.
A cerimônia, as
tradições, as bodas, os símbolos todos foram criados pelo homem e não são
necessários. O matrimônio não se inicia com um beijo no altar ou na assinatura
de papéis, mas quando dois Espíritos decidem se unir com um propósito
evolutivo. Não precisa de padre, juiz, madrinha ou padrinho, só precisa de dois
Espíritos dispostos.
Mesmo sem estar
casados no civil ou no religioso, alguns casais praticam mais o matrimônio do
que outros que usam a aliança. Mesmo sem estar unidos perante a lei, eles podem
ter uma união mais forte do que muitos que casaram perante juramento.
“O que Deus
uniu, o homem não separa”
O
Espírito Emmanuel disse que essa frase também pode
ser lida como “não perturbeis o que Deus harmonizou”. O que a gente pode tirar
disso: não atrapalhar o casamento alheio, não se relacionar com alguém
comprometido, não casar por qualquer motivo que não seja amor, não banalizar o
casamento e outras tantas coisas. Como eu disse antes, casamento é uma instituição
divina e merece respeito. Mas essa frase é mais usada pra falar de divórcio. E
aí, fica a dúvida: pode divorciar?
Divórcio? Sei um pouco.
Segundo o
Espiritismo, Deus não condena o divórcio, porque o divórcio é a separação de
algo que nunca esteve junto. Diferentemente do casamento, quem criou o divórcio
foi o homem. Isso porque o homem transformou o casamento numa empresa: quando a
empresa não dá lucros, ela é destituída e seus bens são divididos entre os
sócios.
Quando acontece
divórcio, dizemos que o casamento não deu certo, mas são termos bem pobres pra
se usar. Casamento que deu certo é redundância e casamento que deu errado não
existe. Se no fim o casal se separou, é porque casamento nunca foi. Um deles,
ou ambos, ainda não tem o necessário para manter o compromisso, a
responsabilidade que é o matrimônio.
Muitas vezes,
mesmo ainda juntos, o casal já tá divorciado. Aqueles casais que não se amam,
que se odeiam, mas se mantêm juntos pelos filhos, ou por algum outro motivo
religioso, está mais divorciado do que casado. Eles podem usar aliança todos os
dias, podem não ter relacionamentos extraconjugais, pode mostrar pro mundo
inteiro que estão felizes, mas eles não praticam o matrimônio.
No livro Vida
e Sexo, o Espírito Emmnanuel, através de Chico Xavier, disse que o divórcio
é compreensível se for baseado em razões justas e dado de forma pacífica. E
entre um casal que se divorciou, mas que manteve uma boa relação e cuidado para
com os filhos, e aquele que se mantém junto, mas se odeia e expõe os filhos a
esse tipo de sentimento, qual é mais proveitoso? Então.
Porém, o
divórcio não deve ser encorajado. É dever de cada um incentivar o próximo a
lidar com os problemas do próprio casamento, pois nenhum matrimônio é por
acaso. Vou dar o exemplo dos meus pais: se divorciaram, mas antes disso eu
nasci, e foi legal eu ter nascido (mesmo que alguns discordem).
“Então, eu
vos declaro marido e mulher”
Essa vem antes
do “pode beijar a noiva”. Mas e se fosse noivo? Muita gente já sabe que o
Espiritismo não condena a homossexualidade, mas mais do que não condenar, o
Espiritismo diz que o comportamento homossexual é completamente normal.
Como uma vez
disse o maravilhoso Raul Teixeira, quando tu, homem, vier a
desencarnar, vai encontrar uma fila de outros homens que foram teus maridos. O
mesmo pra ti, mulher, que vai encontrar outras tantas mulheres que foram tuas
esposas. A condição de homem e mulher é passageira, assim como a orientação
sexual.
Alguns laços
matrimoniais são tão fortes que duram várias reencarnações. Uma hora, aquele
que foi homem virá como mulher, e a mulher virá como homem. Ou, então, os dois
podem vir com o mesmo sexo.
Considerando a
homossexualidade absolutamente normal, o Espiritismo ainda apoia a adoção por
casais homossexuais. A base familiar não é homem mulher, mas o amor, que pode
se fazer presente tanto em casais héteros como gays.
Os que
discordam do casamento gay dizem que querem destruir a família, mas isso nunca
vai acontecer. O homem não tem capacidade de destruir a obra divina. Então não
se preocupa, nem casamento, nem família vão ser abolidos. Inclusive, no Livro
dos Espíritos, Allan Kardec perguntou o que aconteceria na humanidade caso
o casamento fosse abolido. O Espírito respondeu que o mundo regrediria à vida
selvagem, que Espiritismo diz ser a infância do espírito. E por que infância?
Porque na infância a gente não sabe assumir responsabilidades e ter
compromissos, tanto que criança não pode casar (pelo menos não aqui no
ocidente).
MENSAGEM
DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.
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