sábado, 21 de novembro de 2020

PAIXÕES.

 


O LIVRO DOS ESPÍRITOS. CAPÍTULO XII. PERFEIÇÃO MORAL.

PAIXÕES.

 

O princípio das paixões sendo natural não é má em si mesma.

A paixão está no excesso provocado pela vontade, pois o princípio foi dado ao ser humano para o bem e as paixões podem conduzi-lo a grandes coisas. O abuso a que ele se entrega é que causa o mal.

O limite em que as paixões deixam de ser boas ou más é o mesmo quando um cavalo que é útil quando governado e perigoso quando governa. Reconheçamos, pois, que uma paixão se torna perniciosa no momento em que deixa de governar, e quando resulta num prejuízo qualquer para nós ou para outro.

Comentário de Kardec: As paixões são alavancas que decuplicam as forças do ser humano e o ajudam a cumprir os desígnios da Providência. Mas, se, em vez de as dirigir, o ser se deixa dirigir por elas, cai no excesso e a própria força que em suas mãos poderia fazer, e o bem recai sobre ele e o esmaga.

Todas as paixões têm seu principio num sentimento ou numa necessidade da Natureza. O princípio das paixões não é, portanto, um mal, pois repousa sobre uma das condições providenciais da nossa existência. A paixão propriamente dita é o exagero de uma necessidade ou de um sentimento; está no excesso e não na causa; e esse excesso se torna mal quando tem por consequência algum mal.

Toda paixão que aproxima o ser humano da natureza animal distancia-o da natureza espiritual.

Todo sentimento que eleva o ser humana acima da natureza animal, anuncia o predomínio do Espírito sobre a matéria e o aproxima da perfeição.

O ser humano poderia sempre vencer as suas más tendências pelos seus próprios esforços, e às vezes com pouco esforço; o que lhe falta é à vontade. Ah! Como são poucos os que se esforçam!

O ser humano encontra nos Espíritos uma ajuda eficaz para superar as paixões, se orar a Deus e ao seu bom gênio com sinceridade, os Bons Espíritos virão certamente em seu auxílio, porque essa é a sua missão.

Existem paixões de tal maneira vivas e irresistíveis que a vontade seja impotente para superá-las, onde muitos dizem: “Eu quero!”, mas a vontade está apenas nos seus lábios. Elas querem, mas estão muito satisfeitas de que assim não seja. Quando o ser humano julgar que não pode superar suas paixões, é que o seu Espírito nelas se compraz, por consequência de sua própria inferioridade.

Aquele que procura reprimi-las compreende a sua natureza espiritual; vencê-las é para ele um triunfo do Espírito sobre a matéria.

O meio mais eficaz de se combater a predominância da natureza corpórea, é praticar a abnegação.

 

BIBLIOGRAFIA: O LIVRO DOS ESPÍRITOS.

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