O
LIVRO DOS ESPÍRITOS. CAPÍTULO X. LEI DE LIBERDADE.
ESCRAVIDÃO.
Perante a Deus não deve haver seres humanos
destinados a ser propriedade de outro ser, porque toda submissão absoluta de um ser a
outro é contrária à lei Do Pai Maior. A escravidão é um abuso da força c
desaparecerá com o progresso, como pouco a pouco desaparecerão todos os
abusos.
Comentário de Kardec: A lei humana que estabelece a escravidão é
uma lei contra a
natureza, pois
assemelha o ser humano ao bruto e o degrada moral e fisicamente.
Quando a escravidão pertence aos costumes de
um povo, são repreensíveis os que a praticam, nada mais fazendo do que seguir
um uso que lhes parece natural, porque o mal é sempre o mal. Todo argumento
falso para induzir outrem em erro, não farão que uma ação má se torne boa.
Mas a responsabilidade do mal é relativa aos meios de que dispõe os seres
para compreendê-lo. Aquele que se serve da lei da escravidão é sempre
culpável de uma violação da lei natural; mas nisso, como em todas as
coisas, a culpabilidade é relativa. Sendo a escravidão um costume
entre certos povos, o ser humano pode praticá-la de boa fé, como uma coisa
que lhe parece natural. Mas desde que a sua razão mais desenvolvida e,
sobretudo esclarecida pelas luzes do Cristianismo, lhe mostrou no escravo
um seu igual perante Deus, ele não tem mais desculpas.
A desigualdade natural das aptidões coloca
certas raças humanas sob a dependência das raças inteligentes para elevá-las, e
não para embrutecê-las ainda mais na escravidão. Os seres humanos têm
considerado há muito certas raças humanas como animais domesticáveis,
munidos de braços e de mãos, e se julgaram no direito de vender os seus
membros como bestas de carga. Consideram-se de sangue mais puro.
Insensatos, que não enxergam além da matéria! Não é o sangue que deve ser
mais ou menos puro, mas o Espírito.
Existem também seres humanos que tratam os
seus escravos com humanidade, que nada lhes deixam faltar e pensam que a
liberdade os exporia a mais privações. Onde compreendem melhor os seus
interesses. Eles têm também muito cuidado com os seus bois e os seus cavalos, a
fim de tirarem mais proveito no mercado. Não são culpados como os que os
maltratam, mas nem por isso deixam de usá-los como mercadorias,
privando-os do direito de se pertencerem a si mesmos.
BIBLIOGRAFIA: O LIVRO DOS ESPÍRITOS.
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