segunda-feira, 9 de novembro de 2020

ESCRAVIDÃO.

 


O LIVRO DOS ESPÍRITOS. CAPÍTULO X. LEI DE LIBERDADE.

ESCRAVIDÃO.

Perante a Deus não deve haver seres humanos destinados a ser propriedade de outro ser, porque toda submissão absoluta de um ser a outro é contrária à lei Do Pai Maior. A escravidão é um abuso da força c desaparecerá com o progresso, como pouco a pouco desaparecerão todos os abusos.

 

Comentário de Kardec: A lei humana que estabelece a escravidão é uma lei contra a

natureza, pois assemelha o ser humano ao bruto e o degrada moral e fisicamente.

 

Quando a escravidão pertence aos costumes de um povo, são repreensíveis os que a praticam, nada mais fazendo do que seguir um uso que lhes parece natural, porque o mal é sempre o mal. Todo argumento falso para induzir outrem em erro, não farão que uma ação má se torne boa. Mas a responsabilidade do mal é relativa aos meios de que dispõe os seres para compreendê-lo. Aquele que se serve da lei da escravidão é sempre culpável de uma violação da lei natural; mas nisso, como em todas as coisas, a culpabilidade é relativa. Sendo a escravidão um costume entre certos povos, o ser humano pode praticá-la de boa fé, como uma coisa que lhe parece natural. Mas desde que a sua razão mais desenvolvida e, sobretudo esclarecida pelas luzes do Cristianismo, lhe mostrou no escravo um seu igual perante Deus, ele não tem mais desculpas.

 A desigualdade natural das aptidões coloca certas raças humanas sob a dependência das raças inteligentes para elevá-las, e não para embrutecê-las ainda mais na escravidão. Os seres humanos têm considerado há muito certas raças humanas como animais domesticáveis, munidos de braços e de mãos, e se julgaram no direito de vender os seus membros como bestas de carga. Consideram-se de sangue mais puro. Insensatos, que não enxergam além da matéria! Não é o sangue que deve ser mais ou menos puro, mas o Espírito.

Existem também seres humanos que tratam os seus escravos com humanidade, que nada lhes deixam faltar e pensam que a liberdade os exporia a mais privações. Onde compreendem melhor os seus interesses. Eles têm também muito cuidado com os seus bois e os seus cavalos, a fim de tirarem mais proveito no mercado. Não são culpados como os que os maltratam, mas nem por isso deixam de usá-los como mercadorias, privando-os do direito de se pertencerem a si mesmos.

BIBLIOGRAFIA: O LIVRO DOS ESPÍRITOS.

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