O LIVRO DOS
ESPÍRITOS.
CAPÍTULO III.
CONSIDERAÇÕES E CONCORDÂNCIAS BÍBLICAS CONCERNENTES
À CRIAÇÃO.
A
constituição física dos diferentes globos não vem a ser a mesma, eles não se
assemelham, existindo diferenças.
Os seres que
neles habitam têm a sua organização diferente uns dos outros.
Os mundos
mais distantes do sol e que são privados da luz e calor dele, não vem a se
constituir um problema, porque lá a eletricidade acaba suprindo essa lacuna, e desempenhando
um papel bem mais importante do aqui.
A existência
dos seres nesses mundos é apropriada ao meio em que eles têm de viver, onde
podem conter as fontes de luz e calor necessários aos seus habitantes.
Quanto às
considerações e concordâncias Bíblicas referentes à criação, podemos dizer que
os povos fizeram ideia bastante divergente sobre a Criação, isto segundo o grau
de conhecimento de cada um. Por exemplo: a de Adão na questão de ter sido o
primeiro homem a habitar a nossa Terra, existe várias hipóteses, como a de que
Deus precisava de um corpo e se utilizou a do macaco. Eu acho esta a mais
viável, mais tem gente que pergunta como ficou o macaco e o homem? Ora o macaco
continuou a ser macaco, e o homem o homem, onde na idade pré-histórica se via
ele todo barbudo e curvado como se fosse um macaco. Já no caso de Adão se
admitirmos esta hipótese, perguntamos se naquela época éramos simples germes, e
se já fomos vegetal, mineral e animal como fica?
Quanto ao
movimento da Terra parecia em determinada época tão contrária aos textos
sagrados.
Por outro
lado, a Bíblia diz que a Terra foi criada em seis dias, e fixa a época da
Criação em quatro mil anos antes da era Cristã. Perguntamos baseado nisso, antes
disso a Terra não existia? Aonde ela foi tirada do nada? O texto é formal, aonde a ciência implacável
vem provar o contrário, que a formação do globo representa outros tantos
períodos, cada um deles talvez de muitas centenas de milhares de anos. Com isso
prova que os homens que escreveram a Bíblia se enganaram na sua interpretação.
A ciência
também explica em que os diferentes seres vivos apareceram na superfície da
nossa Terra, e essa concorda com a indicada na Gênesis, com a diferença que
essa obra em vez de ter saído das mãos de Deus em apenas algumas horas, realizou-se
sempre por Sua vontade, mas segundo a lei das forças naturais em alguns milhões
de anos.
No ponto de
vista de Moisés, a ciência coloca o homem como o último habitante na criação
dos seres. Por outro lado Moisés coloca o dilúvio universal no ano de 1.654 na
formação do mundo, enquanto a Geologia mostra o grande cataclismo como anterior
à aparição do homem, tendo em vista que até agora não se encontrou nas camadas
primitivas nenhum traço da sua presença, ou seja, de animais, que sob o ponto
de vista físico são da mesma categoria. Mas isso nada prova que isso seja
impossível, onde várias descobertas já lançaram dúvidas a respeito da
anterioridade da raça humana.
O problema
maior é em saber se o cataclismo é o mesmo de Noé. A duração necessária a formação
das camadas fósseis não da lugar a confusões, e no momento em que se
encontrarem os traços da existência do homem anteriores a grande catástrofe,
ficará provado que Adão não foi o primeiro homem.
Quanto à
existência do homem antes do dilúvio geológico ainda é hipotética. Vamos
admitir que o homem tivesse aparecido pela primeira vez na Terra há quatro mil
anos antes de Cristo, se 1.650 anos mais tarde toda a raça humana foi
destruída, com exceção de apenas uma família. Com isso, temos que concluir que
o povoamento da Terra data de Noé, ou seja, de 2.350 nos antes da nossa era.
Outra coisa, quando os hebreus emigraram para o Egito no décimo oitavo século,
encontraram esse país bastante povoado e já bem avançado em civilização.
Quanto à
divergência das raças humanas, o clima e os hábitos produziram sem dúvida
modificações das características físicas, mas sabe-se até onde pode chegar à
influência dessas causas, e o exame fisiológico prova a existência entre
algumas raças, de diferenças constitucionais mais profundas que as produzidas
pelo clima. Já no cruzamento das raças dizem que produziu os tipos
intermediários. Analisando-se isto, indagamos? Para que tivesse o cruzamento
das raças, era necessária que houvesse raças distintas, e como explicarmos a
sua existência e, sobretudo tão próxima?
Outra
pergunta, é como vamos admitir que em alguns séculos certos descendentes de Noé
tivessem se transformado a ponto de produzirem nova raça?
Com tudo isso
se explica pelo contrário: vamos admitir que a existência do homem se desse
antes da época que lhe é vulgarmente assinalada; a diversidade das origens;
Adão que viveu há seis mil anos, como tendo povoado uma região ainda inabitada;
o dilúvio de Noé como uma catástrofe parcial, acabou se transformando em um
cataclismo geológico.
Com tudo isso
recomendamos colocarmos em prática a fé raciocinada, pois existe muitas coisas
e hipóteses sobre certas questões serias que nos deixam dúvidas.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos.
Mensagem
escrita pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.
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