O LIVRO DOS ESPÍRITOS. CAPÍTULO VI. LEI DA DESTRUIÇÃO.

CRUELDADE.

Quanto em se ligar o sentimento de crueldade ao instinto de destruição, os espíritos nos esclarecem que a crueldade é o que tem de pior no instinto da destruição. E que a destruição constitui uma necessidade. Mas o mesmo não se da com a crueldade, que é sempre resultado de uma natureza má.

Á crueldade é o caráter dominante dos povos primitivos, porque a matéria sobrepuja o espírito. Eles se entregam aos instintos animais e como não têm outras necessidades além das corpóreas cuidam apenas da sua conservação pessoal. É isso que geralmente os torna cruéis. Além disso, os povos de desenvolvimento imperfeito estão sob o domínio de Espíritos igualmente imperfeitos que lhes são simpáticos, até que povos mais adiantados venham destruir ou arrefecer essa influência.

A crueldade vem a ser a consequência do atraso no desenvolvimento de senso moral, tanto no ser humano cruel como nos selvagens, embora o possuam o senso moral se encontra em estado rudimentar. À medida que vão se desenvolvendo este senso, neutralizam os instintos materiais, tornando-se bons e humanos.

 

Comentário de Kardec: Todas as faculdades existem no ser humano em estado rudimentar ou latente e se desenvolvem segundo as circunstâncias mais ou menos favoráveis. O desenvolvimento excessivo de umas impede ou neutraliza o de outras. A superexcitacão dos instintos materiais asfixia, por assim dizer, o senso moral, como o desenvolvimento deste arrefece pouco a pouco as faculdades puramente animais.

 

Nas civilizações mais adiantadas, podemos encontrar espíritos tão cruéis quanto os selvagens, que encarnam entre os seres humanos adiantados como meio de também se adiantarem. Não conseguindo vencer a prova, acabam deixando predominar a natureza primitiva.

À medida que a humanidade progride, os que dominam a maldade irão desaparecendo gradualmente, mas reencarnarão em outros invólucros, com mais experiência que os empurrarão a compreender o bem e o mal. Mas serão preciso muitas gerações para que este desenvolvimento se torne completo.

 

BIBLIOGRAFIA: O LIVRO DOS ESPÍRITOS.