sexta-feira, 23 de outubro de 2020

POLIGAMIA.

 


O LIVRO DOS ESPÍRITOS. CAPÍTULO IV.

POLIGAMIA.

A igualdade numérica aproximada entre os sexos é um indício da proporção em que eles se devem unir, pois tudo tem um fim na Natureza.

0 Espiritismo é ideológico, tanto do ponto de vista físico quanto do ético: as coisas materiais e os latos morais, o mundo e o ser humano, tudo tem uma finalidade mas não de ordem antropológica. Muitas vezes ela contraria ou escapa ao pensamento do ser humano. Isso deu motivo à reação antiteleológica da Filosofia moderna. A Ciência, por sua vez, tratando apenas do plano objetivo, não viu mais que “um ângulo do quadro da Natureza” e restringiu-se às “condições determinantes”. Sua natureza analítica não lhe permite abranger o sentido das coisas e dos fatos. Henri Bergson, porém, em L’Évolution  Créatice desenvolveu a teoria do ela vital, segundo a qual todo o curso da evolução, partindo da matéria mais densa, dirige-se à liberação da consciência no ser humano aparecendo este como o fim último da vida na Terra. Essa é a tese espírita da evolução, até os limites da vida terrena. Mas o Espiritismo vai além, admitindo a “escala dos mundos”, através da qual a evolução se processa no infinito, sempre com a finalidade da perfeição. (N. do T.)

Quanto a poligamia ou a monogamia quais se é maia conforme à lei natural, pode-se dizer que a poligamia é a mais humana, cuja abolição marca um progresso social. O casamento segundo as vistas de Deus, deve se fundar na afeição dos seres que se unem. Nela não há verdadeira afeição: não há mais do que sensualidade.

Segundo Kardec, se a poligamia estivesse de acordo com a lei natural devia ser universal, o que, entretanto, seria materialmente impossível em virtude da desigualdade numérica dos sexos.

A poligamia deve ser considerada como um uso ou uma legislação particular apropriada a certos costumes e que o aperfeiçoamento social fará desaparecer pouco a pouco.

0 impulso poligâmico do ser humano não é um instinto biológico, mas um simples resquício das fases anteriores de sua evolução. Não sendo irracional, nem controlado pelas leis naturais das espécies animais, ele tem o dever moral de refrear esse impulso e sublimar a sua afetividade através do amor conjugal e familiar. É pela razão e o livre-arbítrio que ele se controla, elevando-se conscientemente acima das exigências biológicas e das ilusões sensoriais. Se esse controle lhe parece difícil, maior é o seu dever de realizá-lo, porque maior é a sua necessidade de evolução nesse campo e também porque “o mérito do bem está na dificuldade”.

Bibliografia: O Livro dos Espíritos.

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