O LIVRO DOS
ESPÍRITOS. CAPÍTULO IV. PRINCÍPIO VITAL. A VIDA E A MORTE.
A causa da morte nos
seres orgânicos é a falência
dos órgãos.
Pode-se comparar a morte à cessação do movimento
numa máquina desarranjada, pois,
se a máquina estiver mal montada, a sua mola se quebra; se o corpo estiver
doente, a vida se esvai.
Uma lesão do coração,
entre os outros órgãos, é a causa da morte.
Ele é a máquina da vida. Mas não é ele o único
órgão em que uma lesão causa a morte; ele não é mais do que uma das
engrenagens essenciais.
A matéria e o principio
vital dos seres orgânicos após a morte ela se decompõe e vai formar novos seres; o princípio
vital retorna à massa.
Comentário
de Kardec: Após
a morte do ser orgânico, os elementos que o formavam passam por novas combinações,
constituindo novos seres que haurem na fonte universal o principio da vida e da
atividade, absorvendo-o e assimilando-o, para novamente o devolverem a essa
fonte, logo que deixarem de existir.
Os órgãos estão, por assim dizer,
impregnados de fluido vital. Esse fluido dá a todas as partes do organismo uma
atividade que lhes permite comunicarem-se entre si, no caso de certas lesões, e
restabelecerem funções momentaneamente suspensas.
Mas quando os elementos essenciais do
funcionamento dos órgãos são destruídos ou profundamente alterados, o fluido
vital não pode transmitir-lhes o movimento da vida, e o ser morre.
Os órgãos reagem mais ou menos
necessariamente uns sobre os outros; é da harmonia do seu conjunto que resulta
essa reciprocidade de ação. Quando uma causa qualquer destrói esta harmonia,
suas funções cessam, como o movimento de um mecanismo cujas engrenagens
essenciais se desarranjaram; como um relógio gasto pelo uso ou desmontado por
um acidente, que a força motriz não pode pôr em movimento.
Temos uma imagem mais exata da vida e
da morte num aparelho elétrico. Esse aparelho recebe a eletricidade e a
conserva em estado potencial, como todos os corpos da Natureza. Os fenômenos
elétricos, porém, não se manifestam, enquanto o fluido não for posto em
movimento por uma causa especial, e só então se poderá dizer que o aparelho
está ativo. Cessando a causa da atividade, o fenômeno cessa; e o aparelho volta
ao estado de inércia. Os corpos orgânicos seriam, assim, como pilhas de
aparelhos elétricos, nos quais a atividade do fluido produz o fenômeno da vida:
a cessação dessa atividade ocasiona a morte.
A quantidade de fluido vital não é a
mesma em todos os seres orgânicos: varia segundo as espécies, e não é constante
no mesmo indivíduo, nem nos vários indivíduos de uma mesma espécie. Há os que
estão, por assim dizer, saturados do fluido vital, enquanto outros o possuem
apenas em quantidade suficiente. É por isso que uns são mais ativos mais
enérgicos e, de certa maneira, de vida superabundante.
A quantidade de fluido vital se
esgota. Pode tornar-se incapaz de entreter a vida se não for renovada pela
absorção e assimilação de substâncias que o contem.
O fluido
vital se transmite de um indivíduo a outro. Aquele que o tem em maior
quantidade pode dá-lo ao que tem menos e, em certos casos, fazer voltar uma
vida prestes a extinguir-se.
BIBLIOGRAFIA: O LIVRO DOS ESPÍRITOS.
MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO
PACHECO QUADRADO.
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