quarta-feira, 28 de outubro de 2020

 

O LIVRO DOS ESPÍRITOS. CAPÍTULO VIII. LEI DO PROGRESSO. INFLUÊNCIA DO ESPIRITISMO SOBRE O PROGRESSO.


 O Espiritismo se tornará uma crença comum e marcara uma nova era na História da Humanidade, porque pertence à Natureza, e chegou o tempo em que deve tomar lugar entre os conhecimentos humanos. Haverá, entretanto grandes lutas a sustentar, mais contra os interesses do que contra a convicção porque não se pode dissimular que há pessoas interessadas em combatê-lo, umas por amor-próprio e outras por motivos puramente materiais. Mas os seus contraditas, ficam cada vez mais isolados, e serão forçados a pensar como todos os outros, sob pena de se tornarem ridículos.

Comentário de Kardec: As ideias só se transformam com o tempo e não subitamente; elas se enfraquecem de geração em geração e acabam por desaparecer com os que as professavam e que são substituídos por outros indivíduos imbuídos de novos princípios, como se verifica com as ideias políticas. Vede o paganismo; não há ninguém, certamente que professe hoje as ideias religiosas daquele tempo; não obstante, muitos séculos depois do advento do Cristianismo, ainda haviam deixado traços que somente a completa renovação das raças pôde apagar. O mesmo acontecerá com o Espiritismo; ele faz muito progresso, mas haverá ainda, durante duas ou três gerações, um fenômeno de incredulidade que só o tempo fará desaparecer. Contudo, sua marcha será mais rápida que a do Cristianismo porque é o próprio Cristianismo que lhe abre as vias sobre as quais ele se desenvolvera. O Cristianismo tinha que destruir; o Espiritismo só tem que construir.

O Espiritismo pode contribuir para o progresso destruindo o materialismo, que é uma das chagas da sociedade, ele faz os seres compreenderem onde está o seu verdadeiro interesse. A vida futura não estando mais velada pela dúvida, o ser humano compreenderá melhor que pode assegurar o seu futuro através do presente. Destruindo os preconceitos de seita, de casta e de cor, ele ensinará aos seres humanos a grande solidariedade que os deve unir como irmãos.

O Espiritismo poderia até pensar que não veria a vencer a indiferença dos seres humanos, e o seu apego às coisas materiais, se conhece se bem pouco os seres humanos. Pensar que uma causa qualquer pudesse transformá-los como por encanto seria bobagem, por que: as ideias se modificam pouco a pouco com os indivíduos, e são necessárias gerações para que se apaguem completamente os traços dos velhos hábitos. A transformação, portanto, não pode operar-se a não ser com o tempo gradualmente, pouco a pouco. Em cada geração uma parte do véu se dissipa. O Espiritismo vem rasgá-lo de uma vez; mas mesmo que só tivesse o efeito de corrigir um ser humano de um só dos seus defeitos, isso seria um passo que ele afaria dar e por isso um grande bem, porque esse primeiro passo lhe tornaria os outros mais fáceis.

Os Espíritos não ensinaram desde todos os tempos o que ensinam hoje porque, tudo tem o seu tempo, assim como não se ensina às crianças o que é ensinado aos adultos, e assim como não se dá aos recém-nascidos um alimento que ele não possa digerir. Cada coisa tem o seu tempo. Os espíritos ensinaram muitas coisas que os seres humanos não compreenderam ou desfiguraram, mas que atualmente podem compreender. Pelo ensinamento deles, mesmo incompleto, prepararam o terreno para receber a semente que vai agora frutificar.

 Os Espíritos não se apressam nesse progresso através de manifestações tão gerais e patentes, que pudessem levar a convicção aos mais incrédulos, porque não existem milagres. Mas mesmo assim Deus os semeia a mancheias nos vossos passos e tem ainda seres que os negam. O Cristo, ele próprio, convenceu os seus contemporâneos com os prodígios que realizou, e ainda hoje os seres negam os fatos mais patentes que se passam aos seus olhos. E tem aqueles que mesmo vendo não acreditam.  Não é por meio de prodígios que Deus conduzirá os seres. Na sua bondade, Ele quer deixar-lhes o mérito de se convencerem através da razão.

 

COMENTÁRIO:

 O transcurso do primeiro século do Espiritismo, a 18 de abril de 1957 veio confirmar plenamente essa extraordinária previsão de Kardec. No primeiro século do seu desenvolvimento, o Cristianismo era ainda uma seita obscura e terrivelmente perseguida. Somente nos fins do terceiro século atingiu as proporções de desenvolvimento, e universalização que o Espiritismo apresentou no seu primeiro século. A marcha do Espiritismo se fez com muito maior rapidez e sua vitória brilhará mais rápida do que se espera.

BIBLIOGRAFIA: O LIVRO DOS ESPÍRITOS.

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