O LIVRO DOS ESPÍRITOS.
CAPÍTULO
V-LEI DA CONSERVAÇÃO.
Quanto ao
instinto e conservação, entendemos que todos os seres vivos possuem este
instinto, estejam eles em qualquer grau de inteligência. Todos os seres tem que
concorrer para o cumprimento dos desígnios de Deus, daí porque o Pai Maior
outorga o instinto de conservação. A vida em si se destina a perfeição, onde os
seres o sentem instintivamente sem disso aperceberem.
Por intermédio
da conservação a pessoa tem a necessidade de viver, onde Deus lhe permitiu meios
para isto, por isso o Nosso Pai Celestial concedeu-nos o planeta Terra para que
possamos produzir aquilo que necessitamos de útil para vivermos. Se o ser
humano soubesse viver com o estritamente necessário, não empregaria no
supérfluo. O solo vem a ser a fonte onde provem todos os recursos que são
simples transformações dos produtos destes. Se acabar faltando para alguns a
subsistência mesmo na abundancia, só podemos dizer que se trata de egoísmo.
A palavra que
Jesus pronunciou, “Buscai e Achareis”, não quer dizer que o ser humano deve
simplesmente olhar para a terra, e sim fazer com que o arado venha a arar a
terra fértil, plantando, regando e adubando aquilo que almeja e deseja, sendo isto
seu 50%, o resto Deus faz.
Nos mundos
mais adiantados os seres tem que se alimentar com alimentos de sua natureza,
onde tais alimentos não seriam bastante substanciais para os nossos estômagos
grosseiros, assim como os nossos não serviriam para eles.
Os gozos dos
bens terrenos servem apenas para vivermos aqui e tudo é passageiro, pois tudo o
que nos cerca é emprestado por Deus para atender as nossas necessidades. Um dia
teremos que deixar tudo isto, inclusive o nosso corpo físico que serve apenas
para vivermos neste planeta Terra.
Mais uma
coisa é certa, Deus nos possibilita o uso dos bens como direito de todos, onde
o nosso Pai Maior não imporia um dever sem dar a nós um meio de cumpri-lo. O
objetivo dos bens materiais serve para desenvolvermos a razão que devemos
preservá-la dos excessos. Tudo isto porque, toda pessoa que procura nos
excessos de todo gênero o requinte do gozo, acaba se colocando abaixo do bruto,
pois este saber detém-se quando satisfeita a sua necessidade. Entre o
necessário e o supérfluo, a diferença esta naquele que é ponderado e conhece o
limite entre eles, porém muitos só conhecerão por experiência e a sua própria
custa. A necessidade tem o seu limite, enquanto que os vícios lhe alteram a
constituição, e lhe criam necessidades que não são reais.
Os que detêm
os bens materiais privando de terceiros, acabam olvidando as leis de Deus, e
terão que responder por isso, porque todo excesso é prejudicial a qualquer
pessoa, desde que tiremos dos outro aquilo que falta para eles.
Todo ser
humano tem que trabalhar para prover o seu sustento, para ter saúde, pois sem
esta não terá forças para trabalhar e ganhar o seu pão. É natural que busquemos
o nosso bem estar e da família, onde Deus somente proíbe o abuso, por ser
contrario a conservação. Tem gente que se priva de gozos inúteis, porque com
isso acaba se desprendendo da matéria e elevando a sua alma. Resistir à
tentação que quer nos arrastar para o excesso vem a ser um mérito, onde podemos
tirar aquilo que nos é necessário, oferecendo o excesso para aqueles que
carecem.
Não é
racional a abstenção de certos alimentos, pois é permitido ao ser humano
alimentar-se de tudo que não lhe prejudique.
A alimentação
animal com relação ao ser humano não é contrária à natureza, porque a lei da
conservação lhe prescreve como um dever, isto para manter as suas forças e
saúde para cumprir com a lei do trabalho.
Os
sofrimentos naturais são os que agradam a Deus, e acabam elevando o ser humano.
Os voluntários de nada servem quando não concorrem para o lado do bem e do
amor, tudo isto em favor de outrem.
Os que
abreviam a vida mediante rigores sobre-humanos como fazem alguns fanáticos de
algumas seitas, de nada serve, pois sofrer em seu benefício próprio vem a ser egoísmo,
enquanto que sofrer em favor de outros vem a ser caridade.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos.
Mensagem escrita pelo Médium Getulio Pacheco
Quadrado.
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