Em que sentido devemos entender a palavra céu?
Deve considerar-se como céu o espaço universal, os planetas, as estrelas
e todos os mundos superiores onde às almas elevadas desfrutam a felicidade sem
sentirem as tribulações da vida material ou as angústias inerentes à
inferioridade.
E a Terra é um dos mundos de expiação e os espíritos ou almas que a
habitam precisam lutar contra a perversidade de si mesmos e contra a
inclemência da natureza, trabalho esse muito penoso, que serve ao mesmo tempo
para desenvolver as qualidades do coração e as faculdades da inteligência. Por
esse modo, a natureza faz que o castigo reverta em benefício do progresso do
próprio espírito.
Nesse mesmo
aspecto, o que seria o purgatório?
É a expiação. A Terra é, para muitos, um verdadeiro purgatório, onde
Deus os faz expiar as suas faltas.
E o inferno, existe?
O inferno, como as religiões o apresentam, seria a negação de um Deus que é amor,
que é Pai, que é misericórdia. Você mesmo seria capaz de gerar um filho
destinando-o previamente a um sofrimento eterno desde o momento em que
concebesse esse novo ser? Deus, que tudo sabe até mesmo antes que tudo
aconteça, seria capaz de criar um filho sabendo que o seu destino seria um
inferno sem fim? Que mãe seria feliz em um paraíso cheio de anjos tocando harpa
se visse um filho sofrendo eternamente em um inferno? Como entender um Deus que
pudesse ser feliz vendo uma legião de filhos seus queimando sem fim em um lugar
dessa natureza?
Nesse sentido, para o espiritismo, o conceito de inferno de outras
vertentes é incompatível com o Deus que nos criou como filhos amados e
para sermos felizes para todo sempre. Comenta Allan Kardec, na Revista Espírita de 1862, edição de novembro,
o seguinte: “não se pode admitir a onipotência de Deus sem a presciência”.
Sendo assim, pergunta-se por que Deus, ao criar uma alma, sabendo que ela devia
falir sem poder erguer-se ao céu, a tirou do nada para destiná-la a tormentos
eternos? Quis, então, criar almas infelizes? Tal proposição é inconciliável com
a ideia da bondade infinita, que é um de seus atributos essenciais.
De duas uma: Ele sabia ou não sabia; se não sabia, não é onisciente; se
sabia, não é justo nem bom. Ora, tirar uma parcela do infinito dos atributos de
Deus é negar a divindade”. Podemos raciocinar com essas colocações de Kardec
que o inferno é absolutamente incompatível com um Deus que é todo amor e
misericórdia, com um Deus que é Pai como nos ensinou Jesus.
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