O LIVRO DOS ESPÍRITOS. CAPITULO I. PARTE TERCEIRA.
ADORAÇÃO
EXTERIOR
Quanto à adoração
exterior, a
verdadeira adoração é a do coração. Em todas as nossas ações, pensemos
sempre que um senhor nos observa.
A adoração
exterior é útil, e sempre será se der um bom exemplo: mas os
que afazem só por afetação e amor próprio e cuja conduta desmente a sua
aparente piedade, dão um exemplo antes mau do que bom e fazem mais mal do
que supõem.
Deus tem
preferência pelos que o adoram do fundo do coração, com sinceridade,
fazendo o bem e evitando o mal, aos que pensam honrá-lo através
de cerimônias que não os tornam melhores para os seus semelhantes.
Todos os seres humanos são irmãos e
filhos do mesmo Deus, que chama para ele todos os que seguem as suas leis,
qualquer que seja a forma pela qual se exprimam.
Aquele que só tem a aparência da
piedade é um hipócrita; aquele para quem a adoração é apenas um fingimento,
e está em contradição com apropria conduta dá um mau exemplo.
Aquele que se vangloria de adorar o
Cristo, mas no fundo é orgulhoso, invejoso e ciumento, que é duro e
implacável com os outros ou ambicioso dos bens mundanos, eu vos declaro que só
tem a religião nos lábios e não no coração. Deus, que tudo vê, dirá:
aquele que conhece a verdade é cem vezes mais culpável do mal, que o
selvagem ignorante e será tratado de maneira consequente, no dia do juízo.
Se um cego vos derruba ao passar, vós o desculpais, mas se é um homem que
enxerga bem, vós o censurais e com razão.
Não pergunteis, pois, se há uma forma
de adoração mais conveniente, porque isso seria perguntar se é mais
agradável a Deus ser adorado numa língua do que em outra. Digo-vos ainda
uma vez: os cânticos não chegam a ele senão pela porta do coração.
E
reprovável se praticar uma religião na qual não se acredita de coração, quando
se faz isso por respeito ao ser humano e para não escandalizar os que pensam de
outra maneira.
Aquele que não tem em vista
senão respeitar as crenças alheias não faz mal; faz melhor do que aquele
que as ridicularizasse, porque esse faltaria com a caridade. Mas quem as
praticar por interesse ou por ambição é desprezível aos olhos de Deus e
dos seres humanos. Deus não pode agradar-se daquele que só demonstra
humildade perante ele para provocar a aprovação dos seres humanos.
Os seres humanos reunidos por uma
comunhão de pensamentos e sentimentos tem mais força do que a individual,
para atrair os bons Espíritos. Acontece o mesmo quando se reúnem para
adorar a Deus. Mas não penseis, por isso, que a adoração em particular
seja menos boa; pois cada um pode adorar a Deus pensando nele.
Bibliografia: O Livro dos Espírito
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