sábado, 10 de março de 2012











OS DEMÔNIOS SEGUNDO O ESPIRITISMO
Segundo a nossa crença, nem anjos e nem demônios são entidades distintas, por isso que a criação de seres inteligentes é uma só. Unidos a corpos materiais, estes seres constituem a Humanidade que povoa a Terra e as outras esferas habitadas; uma vez libertos do corpo material, constituem o mundo Espiritual ou dos Espíritos, que povoam os espaços. Deus criou-os e deu-lhes por objetivo a perfeição, com a felicidade que dela decorre. Não lhes deu a perfeição, pois quis que a obtivessem através dos seus esforços. Desde a criação que os seres progridem, quer encarnados ou desencarnados. Quando atingem o apogeu acabam se tornando puros Espíritos ou chamados por alguns de anjos, de sorte que a partir do embrião do ser inteligente até ao estado puro, existe uma cadeia na qual cada um dos elos assinala um grau de progresso.
Do expresso resultam Espíritos de todos os graus de adiantamento, seja moralmente ou intelectualmente, tudo conforme a posição em que se acham na imensa escala do progresso.
Em todos os graus existe ignorância no saber, bondade e maldade. Nas classes inferiores destacam-se Espíritos ainda profundamente propensos ao mal que se comprazem com este. Este tem gente que chamam de demônios, pois são capazes de todas as maldades. O Espiritismo não lhes da este nome por se prender a idéia de uma criação distinta do gênero humano, como seres de natureza essencialmente perversa votados ao mal eternamente e incapazes de qualquer progresso para o bem.
Como já tive a oportunidade de dizer, todos foram criados bons e tornaram-se maus por sua desobediência: são Espíritos primitivamente colocados por Deus no ápice da escala, tendo dela decaído. Os tais demônios para nós, são Espíritos imperfeitos, suscetíveis de regeneração, e que colocados na base da escala, hão de nela se graduar, mais aqueles que não aceitam esta oportunidade, permanecerão na escala inferior por mais tempo, e acabam sofrendo as conseqüências dessa atitude, e este mau hábito e dificultam a sua regeneração. Mas tem um dia em que eles cansam dessa vida má e de suas conseqüências, onde acabam comparando as suas vidas com os dos bons Espíritos e melhoram. Submetidos a lei do progresso, em virtude da sua aptidão para o mesmo, não progridem, ainda assim, contra a vontade.
Deus lhe fornece meios, porém com a faculdade de aceitarem ou recusá-los, pois não quer que o progresso seja obrigatório, e sim pelos seus méritos. Os Espíritos mais elevados todos passaram pela rota comum. Quando chegam a certo grau de pureza, cada um tem suas funções atribuídas em diferentes categorias. Deste modo uma só espécie de seres inteligentes, são submetidos à lei do progresso, satisfazendo os fins da criação. Cada um sobre segundo os seus méritos e esforços, não havendo privilégios. Na doutrina vulgar na natureza dos anjos e demônios e das almas, não admitem a lei do progresso, mas vendo seres em diversos graus, concluem que seriam produto  de outras tantas criações especiais. E assim foi que chegaram a fazer de Deus um Pai parcial, tudo concedendo a alguns de seus filhos, e a outros impondo o mais rude trabalho. Não se admira que por muito tempo os homens achassem justificação para tais preferências, quando eles próprios delas usavam em relação aos filhos, estabelecendo direitos e outros privilégios de nascimento. Podiam tais homens acreditar que andavam mais errados que Deus?
Hoje porém, alargou-se o circulo das idéias: o homem vê mais claro e tem noções mais precisas de justiça; desejando para si e nem sempre encontrando-a na Terra, ele quer pelo menos encontrá-la mais perfeita no Céu.
E aqui esta porque lhe repugna à razão toda e qualquer doutrina, na qual não resplenda a Justiça Divina na plenitude integral da sua Pureza.

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